quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2011 #2

É já daqui a pouco... vou dormir um bocadinho e depois enfrentar o último dia de trabalho do ano.

De seguida vou ter com os amigos de sempre e rumamos a Odeceixe, para a passagem de ano: estou em pulgas. Vai ser uma passagem de ano naquele sítio tão especial de onde tenho grandes recordações: as primeiras bebdeiras descomunais, os dias de praia cheio de gargalhadas, cartas e fotografias tontas, as passagens de ano sempre animadas... este será sempre um lugar associado aos melhores amigos.

E é tão bom estar lá com eles uma vez mais para começar o novo ano :)


PS: e este ano temos 3 novidades... a Wii, a Bimby e as ameijoas à bulhão pato (ah, longe vão os tempos em que a Lasanha do Lidl era a rainha do reveillon).

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2011 #1

Há precisamente um ano eu estava num estado que se pode definir como "literalmente-na-merda".

2010 estava a terminar e eu tinha posto fim a um relacionamento de um ano e meio e tinha problemas no trabalho, com a comunicação social a publicar informação a que supostamente apenas eu tinha acesso, o que prejudicava a imagem da instituição onde exercia funções (com a agravante de a informação ser publicada de forma falsa e deturpada).

Não estava habituado a falhar e de repente tinha que lidar com 2 fracassos: um pessoal e outro profissional. No entanto, não contei com 2 factores: os amigos e a capacidade que a Vida tem de nos surpreender.

Logo no final do ano um grupo de amigos MUITO especiais do Porto arrancou-me da apatia e arrastou-me para aquele que viria a ser um dos inícios de ano mais especiais de sempre: rodeado de neve nos Picos da Europa. E a partir do dia 1 de Janeiro de 2011 tudo melhorou:


(chegada a San Izidro - passagem de ano 2010/2011)


- Ganhei coragem para fazer a viagem a Marrocos com a L., de que há tanto tempo falávamos: meti-me com ela num jeep e atravessámos o interior de Marrocos de N a S, numa caravana de Todo-o-Terreno... atravessámos dunas, perdemo-nos no deserto, enfrentámos tempestades de areia, quase me estampei com o carro numa floresta de cedros, apanhámos nevões no Atlas, percorremos desfiladeiros, fomos ameaçados com porrada, atravessámos uma manifestação em plena altura de insurreições da "primavera árabe" e tomámos café no mítico "Argana" dois dias antes de ele explodir;





(travessia de Marrocos ao som da música que marcou esta viagem)

- Tive um acidente de viação (já em Portugal) que levou a que tivesse que ser internado 5 dias para exames e observações; aqueles dias de internamento foram dos melhores deste ano: foram dias de muitos mimos, rodeado da família e dos amigos, passados a ler e a ouvir música no pouco tempo em que não tinha visitas;

- Resolvi a questão das notícias falsas de uma vez por todas;

- Fiz o Curso de Formação de Formadores: aprendi imenso e conheci pessoas fantásticas com quem janto uma vez por mês;

- Fiz um curso de potencial financeiro e isso reflectiu-se na forma como passei a gerir o dinheiro;

- Aprendi que o que as pessoas parecem nem sempre corresponde ao que são de facto (e acho que isso me vai ser útil da próxima vez que pensar em avançar para um namoro);

- Concorri a um anúncio de emprego e consegui, com 29 anos, o emprego que apenas pensava alcançar aos 40 anos, numa multinacional;

- Despedi-me com chave de ouro do anterior emprego e tive direito a uma festa surpresa de despedida (ganhei bons amigos naquele sítio);

- Fui a 3 casamentos (adoro casamentos), um deles do meu irmão, e foram fantásticos;

- Fui a um baptizado em Aveiro da filha de uma amiga muito especial;

- Transcendi-me e dei uma festa de arromba à beira-mar, ali para as bandas do Estoril, para celebrar os 30 anos, com a ajuda de uma organizadora de eventos espantosa, de um DJ fora de série e com a presença de todos os amigos (que vieram desde pertinho, até ao Porto, Aveiro, Alentejo, Açores, Moçambique ou Nova Iorque);



(festa dos 30)

- Inscrevi-me num Curso de História de Arte do Séc. XX, que estou a adorar;

- Fiz um Curso de Mergulho e desenvolvi uma paixão que quero explorar nos meus tempos livres;

- Fui passar uma semana a Londres, desgracei-me nas compras e enfartei-me de cultura;



(Londres - National Gallery)


- Conheci mais restaurantes novos neste ano do que nos dois anos anteriores;

- Conheci 2 pessoas extraordinárias;

- O ano ainda não acabou e já temos programa para uma passagem de ano muito especial num cantinho mágico;

- Também recebi um convite para uma coisa muito gira para fazer em Abril do ano que vem (um dia destes conto do que se trata);

A Vida e os amigos (incluo aqui a família) fizeram de 2011 um dos anos mais fantásticos destes 30 que já passei. Quero agradecer:

- ao R. e ao J., que me levaram aos Picos da Europa e fizeram com que eu deixasse o passado triste no sopé da Montanha;
- à L. que me ajudou a redescobrir a liberdade na vastidão de Marrocos;
- ao P., que me deu o discernimento para enfrentar uma jornalista de vão de escada;
- à D. e demais colegas, que me ensinaram tanto no domínio da comunicação e me recordaram a Lição da Alegria;
- ao P. e ao C., que me revelaram o Poder que tenho cá dentro;
- à minha Directora nova, que me acolheu em Lisboa e em Madrid com total liberdade e confiança no meu trabalho;
- à M., ao J., ao M., à S. e a tantos outros, que tanto me ensinaram nos 2 anos e meio que passei no anterior emprego;
- ao meu irmão, que me recordou a Lição da Família;
- à M., que me ensinou a importância de termos sempre um refúgio longe do ruído do dia-a-dia;
- ao R., que me ensinou a ver o que as pessoas são, e não o que parecem;
- ao B., que me acolheu uma vez mais em Londres e me recordou que naquela cidade estarei sempre em casa;
- ao P. e ao J., que conheci este ano e que em tão pouco tempo me despertaram um entusiasmo que não tinha há um ano;
- a todos os que estiveram presentes naquela noite em Julho, que dançaram e brindaram comigo e me fizeram sentir que esta Vida é tão especial.

E agora... venha 2012!

PS: há ainda dois agradecimentos... a Pepper e a M., cuja companhia e cujos telefones foram o refúgio de milhares de desabafos ao longo do ano, e onde encontrei o discernimento para avançar com grande parte das decisões que pautaram 2011 (ESTÁ MELHOR ASSIM, PEPPER?)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal

Foi fantástico. Recebi imensas prendas (uma delas até veio de Londres, depois de um choradinho que eu tinha feito numa montra algures no Soho em Outubro). Mas a melhor prenda foi o Natal com toda a gente na casa do meu irmão (o 1º Natal que lá passámos): é que com o casamento do meu irmão a família cresceu mais 3 pessoas (a cunhada e os pais dela)... e assim se garantiu uma casa ainda mais cheia e uma noite passada em volta da lareira com muita animação.

Acho que o momento mais especial foi quando a minha cunhada fez um brinde e disse que naquele dia tinha morrido um homem no Hospital, que ia caminho para passar o Natal com a família... depois agradeceu por estarmos todos ali juntos e depois... bem, depois não me lembro muito bem porque começou "A Princesa e o Sapo".

O dia seguinte foi passado com 30 pessoas à mesa e desta vez optámos por fazer o almoço de Natal num hotel. E assim se vão perdendo alguns costumes familiares... mas a família continua única :)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aqui está ele:

... é o post do Natale!!!

Pois que sou um fanático confesso por esta época: fico doidinho de todo! E não me venham com as histórias da hipocrisia e do consumismo e mais não sei o quê que eu duvido que até os mais cépticos não sintam um calorzinho no coração quando lhes desejam "feliz Natal" nas lojas. E para além disso, é uma altura com tantas coisas boas: a família toda junta numa algazarra pegada, a ansiedade com a chegada da meia-noite (esta parte confesso que é a que me custa mais), os jantares que sempre conseguimos marcar com aqueles de quem gostamos, os telefonemas especiais, a escolha de uma prenda para as pessoas que mais queremos bem e, claro... as músicas de Natal!

Um dos aspactos de se ter um pai que passou a vida a atravessar este mundo e o outro prende-se com o acesso que tive na infância ao que se fazia noutros países (o melhor e o pior) numa altura em que não havia youtube: e o Natal não foi excepção...

Ora, quando era puto o meu pai trouxe-me um CD de um grupo mexicano (dava pelo nome de "Garibaldi") intitulado "Noche buena con Garibladi" e deixem-me que vos diga: se o inferno tiver música de fundo ela encontra-se seguramente neste CD.

Ainda assim, como sempre fui um puto de gosto duvidoso, logo que chegava Dezembro era ver os "Garibaldi" a bombar na aparelhagem com as suas meninas de voz "à la canal 18", burros a zurrar, ovelhas a berrar e eu todo doido aos pinotes pela casa (em igual proporção ao desespero dos meus pais).

Sucede que no outro dia descobri que estes senhores já chegaram ao youtube com o seu álbum natalício de outrora. Mais: tem lá a faixa de que eu mais gostava e que se poderia intitular "mix-do-pior-que-já-ouviu-relacionado-com-o-Natal"!

E eu, imbuído dos bons sentimentos que caracterizam o Natal, não posso deixar-vos passar mais uma época festiva na ignorância, pelo que vos deixo aqui a versão COMPLETA da referida faixa: são apenas SETE MINUTOS do pior que vos atravessará os ouvidos nestas Festas.

Senhoras e senhores, coloquem o volume no máximo e cliquem no play:





E enfim meus amigos, em Espanhol, Inglês, Português ou Urdu, com ou sem burros a zurrar, o que interessa é o sentimento... Por isso um Natal muito feliz para todos vocês :)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

E entre um contrato e outro

Descobri a Irmã Wendy quando andava no secundário e apaixonei-me logo pelo trabalho dela: uma freira patusca com um grandes dentes e fala à sopinha de massas, mas que ao mesmo tempo consegue descrever obras de arte com tal intensidade como se nos relatasse um episódio da sua própria vida que tenha acabado de experienciar.





E agora, com o Curso, sinto que voltei àquelas tardes em que passava horas a ouvir e a sentir as pinceladas de centenas de quadros em frente à televisão. A diferença é que agora é presencial: tenho ali à minha frente uma das maiores peritas em Portugal em História da Arte do Séc. XX a falar apaixonadamente de pintores e obras e ensinar-nos tanto como nunca pensei vir a aprender.

Por outro lado, sempre julguei de descartar a possibilidade de dedicar tempo a sério a esta paixão e, no entanto... no entanto, agora quando dou por mim numa aula sobre Arte Nova a analisar o contraste entre Klimt, com as suas mulheres fatais e dominadoras, envoltas em elementos abstractos, e Mucha, com as suas mulheres ternas e feéricas, envoltas em motivos florais, percebo que tudo é possível e que basta querermos.

Mas querermos mesmo a sério.

("Retrato de Adele", Klimt)

("La Dame aux Camélias", Mucha)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mostrar



Cada vez mais acho que mostrar é a forma de se estar na vida proposta pela Sociedade. Mostrar como somos o máximo, como temos poder, como somos giros, como somos viajados, como somos a última coca-cola do deserto.

O problema é que o tempo que passamos a investir na capa não o passamos a investir no conteúdo, com as consequências evidentes que daí decorrem: capas muito apelativas e conteúdos pouco interessantes.

Escrevo isto porque cada vez mais é notória a diferença entre a vida que algumas pessoas relatam na internet (v.g., facebook) e a sua vida real... conheço casos em que a diferença é tal que chego a pensar se não haverá ali uma patologia do foro psicológico. No entanto, o que me levou a pensar mais no tema foi uma conversa que tive neste fim-de-semana em que expus, entusiasmado, o que sabia de uma pessoa e o contraste com o que me foi de seguida relatado por pessoas próximas a essa pessoa (não tinha nada a ver).

E deixem-me que vos diga: não me vou pôr aqui com moralismos, concluindo o texto com algo do tipo "este mundo está perdido.... as pessoas não têm vergonha... as pessoas são fúteis e tontas... e etc, etc..." Até porque podem existir motivos válidos para que quem crie essas duas vidas assim o faça. 

A conclusão é um valente puxão de orelhas a mim mesmo, que sou um grande tonto e perco demasiado tempo fascinado a ler capas em vez de estudar os conteúdos. 

sábado, 17 de dezembro de 2011

A ballad for backpacking

Esta semana resolvi suprir uma lacuna cinéfila e dedicar um serão ao clássico "Thelma and Louise".... Nunca o tinha visto deixem-me que vos diga que é um filme daqueles que arranham o coração.

Fiquei preso a toda a dinâmica deste hino à liberdade: a imagem da fuga de uma realidade medíocre mesmo que seja em direcção ao nada, a exposição da ideia de que apenas abusam de nós na medida em que deixarmos, as viagens de carro por cenários selvagens (parece-me que há aqui uma clara metáfora... estas miúdas não conduzem por ruas acanhadas e pejadas de gente) e por fim, a cena brutal em que aceleram em direcção ao abismo, optando por esta liberdade extrema e renunciando aos grilhões que lhes oferecem.

E depois... bem, depois há esta música que não consigo tirar da cabeça: acordo e adormeço às voltas com ela. Há-de ter sido algo assim que senti há alguns tempos quando resolvi atirar com uma mochila para a bagageira do jipe da H. e fomos atravessar Marrocos durante 15 dias numa caravana todo-o-terreno. Deve ter sido algo assim que me fez arrancar para a Índia com uma mochila às costas e passar um mês a atravessar o País de comboio.

Deve ser algo como o que descreve esta "Ballad of Lucy Jordan" que me faz querer sempre mais.

The evening sun touched gently on the eyes of Lucy Jordan
On the roof top where she climbed when all the laughter grew too loud
And she bowed and curtsied to the man who reached and offered her his hand,
And he led her down to the long white car that waited past the crowd.

At the age of thirty-seven she knew she'd found forever
As she rode along through Paris with the warm wind in her hair ...
Isto é sublime, não é?



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

welcome to the dark side

Depois de ter explanado as maravilhas da experiência de ontem sinto, por dever de honestidade, o dever de informar um aspecto colateral desta experiência, que reduz o potencial retirado da mesma. É algo deste género:



Mas mais reduzida. E em material descartável. E envolve indicações semelhantes a: "depois de vestir esta tanguinha descartável suba ao 1º andar."

 Ah, as machadadas que a vida aplica à auto-estima de um gajo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

It's all about us

No outro dia vi uma coisa chamada "Massagem Aborígene", que prometia resultados fantásticos em termos de relaxamento: como sempre, nem pensei duas vezes e vai de me inscrever...

Passados dois dias já fazia contas à vida a pensar se não me iriam deitar numa marquesa e dar-me com um boomerang no lombo até eu ficar com as costas bem moídas... mas não: aquilo é para lá de fantástico (assim ao nível do orgásmico).

Depois do hamman e de uma sessão de relaxamento lá veio a massagem: senhores, o que as mãos daquela miúda foram capazes de fazer com os costados deste que vos escreve! A páginas tantas acho que já dava por mim a ronronar...

Seguiu-se mais um bocadinho na sala de relaxamento, com um belo chá e depois um banho quente.

Papai Noel quero uma aborígene destas cá em casa todas as noites.

Digam-me que ele não vai cobrar por isto...


Esta deve ser a iniciativa mais tonta que já se fez num blogue em toda a história da humanidade:

http://oarrumadinho.clix.pt/2011/12/como-conquistar-o-homem-dos-meus-sonhos.html

Epá, eu até gosto de algumas coisas que ele escreve, mas confesso que não sei que conclusões retirar desta iniciativa...

- Ele acha que é o homem dos sonhos de qualquer pessoa e por isso pode ensinar as mulheres a encontrar outros como ele?

- Ele já andou à procura do homem dos sonhos e por isso sabe como é que isso se faz?

- É ele que vai dar o módulo da maquilhagem?

- O que é que leva uma mulher a inscrever-se nisto? Por favor digam-me que é a vontade de rir um bocado com uma experiência tonta e não o desepero...

Aproveito para lançar aqui a publicidade para o meu Workshop:

"O que fazer para ter uma pila monstruosa como a minha"... Oportunamente comunicarei as datas, modo de inscrição e conteúdo do curso.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Estuda filho, para um dia seres um doutor. Ou então caga nisso e estuda tudo o que te apaixona.

Confesso que acho que a Arte tem muito de intuitivo: gosta-se ou não se gosta de determinado Autor por questões muito mais emocionais que intelectuais.

Ora, eu sempre me senti muito inclinado para Van Gogh: adoro a violência louca daquelas pinceladas. No entanto, percebo agora a importância de conhecermos e estudarmos aquilo de que gostamos... E graças ao curso de História da Arte Contemporânea que iniciei há tempos exlicaram-me que isto:

(Van Gogh)

foi muito influenciado por isto:

 

(Millet)

Estou a adorar o Curso. Estou a adorar aprender tantas coisas novas e diferentes. E isso ajuda-me a enfrentar os que me dizem que é uma perda de tempo um advogado estudar Pintura.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Eu não sou má pessoa. A culpa é de Arquimedes. E das meninas que querem ser beijadas.

Aqui há tempos contaram-me a seguinte anedota:

"Ia um homem a passear na praia quando vê uma menina sem braços nem pernas caída na areia e a chorar. Aproxima-se dela e pergunta: «Porque choras pequenina?»

Ela responde, chorosa: «Tenho 21 anos, não tenho perninhas, não tenho bracinhos e nunca fui beijada...»

Ele agarra-a ao colo, espeta-lhe um beijo apaixonado e a seguir deposita-a novamente na areia. Depois segue o seu caminho.

Mal dá uns passos e ouve de novo a menina a chorar. Volta para trás e pergunta-lhe: «Então? E porque choras agora pequenina?»

Ela responde: «Tenho 21 anos, não tenho perninhas, não tenho bracinhos e nunca fui f*dida...»

Ele agarra-a ao colo, balança-a, manda-a para o mar e grita-lhe:
«Pronto, agora estás f*dida!!!»

(Pausa para nos rirmos muito num misto de sadismo e brejeirice)

Ora, eu tenho um problema enorme com coisas complicadas: desinteresso-me. E se a coisa meter números e raciocínios muito abstractos em que a precisão é fundamental, então estamos perante um convite óbvio à distracção.

Bem, aqui há umas semanas achei que era giro fazer um curso de mergulho. Para quem não sabe, o mergulho tem duas componentes para lá de maçadoras: as leis da flutuabilidade e os cálculos de pressão atmosférica e afins.

Numa das aulas o Professor ia explicar porque é que os corpos flutuam... A questão é que antes disso tinha dito que o mergulho é uma prática desportiva inclusiva porque até uma pessoa sem braços ou pernas pode praticá-la. Escusado será dizer que passei o resto da aula a rir-me como um parvo e a pensar na menina da anedota.

O problema é que até hoje o raio da miúda não me sai na cabeça e sempre que estou numa ocasião mais formal imagino-me com ela ao lado e largo a rir que nem um parvo (no outro dia dei comigo a imaginar-me chegar com ela a uma reunião debaixo do braço e a sentá-la numa cadeirinha ao meu lado, o que me valeu umas valentes risadas, o que valeu o desconforto da parte contrária que estava a assinar um documento em que se reconhecia devedora da minha empresa, o que me ia valendo uma valente reprimenda).

Isto tem tanto de parvo como incómodo... mas é tão engraçado (neste momento a menina está a tentar arrumar as coisas dela na pasta para irmos para casa).

E até hoje não percebo porque é que os corpos flutuam.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Viajar

Mais do que meter carimbos no passaporte, atravessar mares e montanhas ou passar fronteiras faz-nos falta ultrapassar limites pessoais: são estas as viagens que interessam.

No último ano tenho tentado fazer isso. Esforço-me por sair da minha zona de conforto e dar um novo passo em direcção a algo que desconheça. E a verdade é que tenho aprendido muito acerca de mim ao fazê-lo.

Este ano, talvez por ser o ano em que completei os 30 anos, resolvi assumir esta perspectiva de busca pelo novo como a minha bandeira. Pus fim a uma relação, mudei de emprego e arranjei mais espaço nas prateleiras dos livros: ao lado do Código Civil e do Comentário Coninbricense ao Código Penal estão agora os cadernos do Curso de Formação de Formadores, livros de Coaching, guias de História da Arte Contemporânea, um manual de mergulho e um guia sobre a vida marinha em Sesimbra.

Preciso de estantes maiores. Mas os braços podem ser os mesmos, que já mostraram conseguir abraçar o mundo.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Permitam-me que me apresente

Sou o Backpacker.

Podia ser o Super-Homem, Júlio César, Sylvia Plath ou até mesmo um poltergeist. Mas não, Backpacker parece-me bem. Aliás, não me parece que haja outro pseudónimo mais adequado: é que conforme escrevi lá em cima, a vida é mesmo uma viagem... e todos nós sabemos como as viagens com excesso de bagagem podem ser complicadas.

Escrevo porque a viagem deste que a vós se dirige tem tendência para ser confusa e apressada, pelo meio de precalços e com muitas distrações. Ora, parece-me que escrever ajuda a que as pessoas distraídas se foquem, se recordem e tenham presente o essencial.

E para além disso desabafar pela escrita sai mais barato do que frequentar um psicólogo.