sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ai...

Acabo de receber o e-mail com o detalhe do Encontro Internacional. Tem duas (muito) más notícias e uma notícia promissora...

MÁS

1. O representante de cada país tem meia-hora para fazer a sua apresentação. Sabe-se lá por que raio de inspiração divina (ou demoníaca), a de Portugal (portanto, este que vos escreve) tem UMA HORA.
2. O programa das festas é um pesadelo para quem tem dificuldade em escolher a roupa para enfiar numa mala (portanto, uma vez mais, este que vos escreve). Não deve haver evento que implique roupa diferente que não esteja contemplado: jantares informais, jantares casual-formais, reuniões e apresentações, jantares formais, passeios turísticos e SAMBA (sim, até a p*** de uma noite de samba tinha que aparecer... e todos sabemos como é difícil sambar de fato e sapatinho). Mas é suposto eu levar uma mala ou fretar um contentor?



PROMISSORA

Digamos que tem sotaque "porteño". E, tal como eu, ficará por lá mais uns dias depois de todos os outros regressarem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Meu coração faz txica txica boom txi

Então diz que o menino vai atravessar o Atlântico já no fim-de-semana para passar uma semaninha no lado de lá: 2 dias para apresentar aos Diretores Internacionais os resultados do seu trabalho na filial portuguesa no último ano e os outros 4 para passear.

É verdade: a minha Diretora é tão fofa que me disse que é demasiado cansativo atravessar o Atlântico apenas por 2 dias de trabalho e autorizou-me a tirar uns diazinhos com hotel e despesas pagos por eles!

E a curiosidade é mais que muita: não só pelo metrópole em questão, como pela experiência e exposição em termos profissionais (aqui também se associa bastante nervosinho miúdo, confesso) e pela possibilidade de, uma vez mais, estar com a B... passámos 3 anos sem nos vermos e agora vemo-nos 2 vezes no mesmo ano (a primeira vez foi em Bilbao)!



(um thriller judicial e um porta-fatos para evitar mazelas nas fatiotas: this boy is ready to go!)

E agora é começar a preparar a bagagem (se fazer malas já é o drama que é quando vou de férias, vai ser um pesadelo agora que implica férias e trabalho) e a literatura para 19h00 de avião (9h30 para cada lado).



"It's like America. But South!"
(Ellie, "Up")

Gente doida, desafios e o que de mais importante existe no mundo

Conhecemo-nos com 11 anos: ela era uma miúda bem mais inteligente que a maioria das crianças, com um sarcasmo fantástico e um sentido de humor genial. Foi amor à primeira vista: ficámos amigos e nunca mais nos largámos.

Íamos juntos de casa (era minha vizinha) para a escola, para a catequese, para a missa e para onde quer que tivéssemos que ir. Quando entrámos no Secundário seguimos rumos diferentes: eu segui para Humanidades, em busca do meu objetivo de ser advogado e ela seguiu para Ciências em busca de seguir qualquer objetivo que não fosse o que o pai tinha para ela.

Com horários diferentes, já não fazíamos tantos percursos casa/ escola juntos, mas a amizade ficou a mesma. Entrámos para a Faculdade e lá nos íamos encontrando de forma mais espaçada em festas de aniversários de um ou outro ou em convívios de amigos em comum. 

No fim da Faculdade empenhei-me de corpo e alma na carreira que estava a começar, enquanto ela trilhava um caminho seguro e apaixonado pelo mundo da política. Nessa altura reaproximámo-nos, quando me tentou introduzir no meio, apesar de eu ter revelado pouca aptidão para essas lides. E mesmo em rumos diferentes a verdade é que me parece que dificilmente nos venhamos a separar.

Ela é a pessoa mais direta que conheço, o que me tem valido valentes vergonhas em ocasiões sociais quando faz perguntas daquelas-que-não-lembram-ao-camandro ou dá respostas desarmantes. Também é uma pessoa ultra segura e corajosa, características que acompanha com igual dose de loucura, o que continua a assustar-me, confesso. E, no entanto, no meio do tumulto de mulher que é, tem também dos melhores corações que Deus colocou na terra.

Se, por um lado, teve a diplomacia de me dizer que a melhor coisa que eu podia fazer era pôr fim ao namoro logo na primeira vez em que lhe falei da minha última cara-metade (sim, mesmo naquela fase em que estamos todos entusiasmados... é tão típico dela!), a verdade é que por outro lado, assim que soube que, tal como ela me tinha avisado, as coisas não funcionaram e eu estava completamente em baixo não abriu a boca com um "eu bem te avisei". Pelo contrário, telefonou-me e disse: "Este ano és tu o meu co-piloto na travessia por Marrocos. Eu quero ter companhia e tu precisas de te levantar."

E se ela tinha razão... entre dunas, tempestades de areia, noites no deserto, calor, frio, nevões, curvas, cascalho, gargalhadas, arranhões, conversas pela noite dentro e dores nas costas a verdade é que ela me trouxe de volta a Lisboa feito um novo homem.

Ora, no fim-de-semana passado, estávamos os dois a jantar no Bota Alta, ali no Bairro, quando ela inesperadamente (uma vez mais, tão típico!) abre a mala com um novo desafio (que desta vez não envolve uma caravana de jipes) e saca de um envelope que diz "PADRINHO"!



Uma vez mais o desafio foi aceite (com o coração bem cheio): parece que 2012 não acaba sem um novo casamento e uma nova afilhada (já daqui a 2 meses!!!).

Pessoas fantásticas que nos enchem o coração... como seríamos nós felizes sem elas?

sábado, 25 de agosto de 2012

E já que estamos numa de casamentos

O fim de semana seguinte destinou-se a outro casamento ainda mais a Sul, na Quinta do Lago.

A semana entre casamentos foi bastante puxada: entre serões a despachar uma data de pareceres para enviar para os 4 cantos do mundo e uma sardinhada que só terminou perto das 6h da manhã (ficará para a história) acabei por só domir uma média de 3h por noite.

Ainda por cima na sexta-feira quando me meti ao caminho já saí tarde de Lisboa, o que, somado ao cansaço acumulado, me originou dois valentes sustos: o primeiro, quando adormeci na A2 e guinei o carro para a direita, acordando com a fricção do pneu nos separadores, e o segundo quando adormeci (de novo na A2) e guinei o carro para esquerda bem em direcção ao rail... desta vez valeu-me o condutor do carro de trás que buzinou como se não houvesse amanhã e me fez abrir a pestana (sim, que só nas histórias é que a malta precisa de um beijo para acordar... levasse a outra com um buzinão nos abanos e a ver se dormia aquele tempo todo). 

E não foi por não tomar as medidas adequadas: vidros abertos, música aos berros, 5 cafés pelo caminho... you name it. Só me faltou mesmo a pausa para dormir, mas essa não pôde ser cumprida desta vez porque tinha alguém à espera em Faro. Por isso ainda não é desta que me dedicam a "Tem cuidado ó emigrante" no velório, mas ficou a lição: não me parece que me vá voltar a meter noutra.

E agora vamos ao ao que interessa: a boda.

Antes de mais e para dar já cabo do suspense: ninguém atirou o bouquet (até porque não existia... noivos e padrinhos tinham todos uma orquídea ao peito e não havia cá mais flores para ninguém). A cerimónia foi muito bonita, discreta (não, não ia nenhum vestido de branco: os dois iam de fato de casaca escuro) e emotiva: quando vi um matulão com lágrimas nos olhos a prestar os votos ao outro nem eu me segurei... sim, chorar num casamento de pessoas que não se conhece de lado nenhum é para lá de ridículo, eu sei... mas, pá, ver ali o homem sem se conter à frente do outro foi o trampolim para a choradeira. Por sua vez, a meu lado o I. ria que nem um perdido enquanto me via ali em prantos pelos desconhecidos.

Já no copo de água, deu para perceber que a malta da Quinta do Lago leva a coisa a sério... o espaço é encantador e a bebida... bem, eu sei que meia-hora depois já falava com meio mundo e ria com o outro meio.

A dada altura reparei numa figura muito interessante que também parecia estar ali sem conhecer muita gente (vim a saber que era ex-namorado de um dos noivos). Ora, estava eu a beberricar (mais) um espumantezito e a pensar algo do género "ah-e-tal-com-este-era-até-ao-altar", quando a própria da figura se aproxima e me pede para lhe tirar uma fotografia porque não conhecia mais ninguém e não tinha quem lha tirasse.

Eu lá lhe tirei a foto (ah, e tantas mais coisas que eu lhe podia ter tirado) e ficámos ali à conversa... ele tinha sentido de humor e disse que já tinha reparado em mim e na velocidade em que eu virava flutes (o sentido de humor é um "plus", certo?). Às tantas ele já se agarrava às gargalhadas e dizia que se eu comesse tanto como bebia ia dar prejuízo à Quinta... oh, um rapaz tem que beber coisinhas frescas para combater o calor. Enfim, foi um fartote de rir até que chegou a altura de nos dirigirmos cada um à sua mesa.

Por motivos de trabalho o I. teve que sair a meio do jantar e só regressou já depois da pista abrir... Ainda assim a rapaziada foi muito acolhedora e diverti-me imenso naquele intervalo. Música animada, álcool e malta gira: não foi preciso grande esforço.

Um apontamento: agora eu percebo porque é que as minhas amigas sem namorado gostam de ir a casamentos... aquilo é um maná para os solteiros se conhecerem. Como se tratava de um casamento "de vanguarda" a rapaziada não tinha grandes pruridos em meter conversa com alguém que lhe parecesse mais simpático, o que não sucederia num casamento tradicional. E eu saí de lá com um nº de telefone novo. Não era da figura da foto... essa afastou-se quando percebeu que a figura do telefone se antecipou e me convidou para dançar.

Quanto ao resto foi tudo igual: as prendinhas para os convidados, o abrir o bolo (não, não usei o verbo "partir", que isso seria um humor muito fácil neste contexto, oh badalhocos) e as despedidas com os votos de felicidade e o "se precisarem de alguma coisa avisem, ok?"... mesmo quando não têm nenhum contacto nosso porque somos completos desconhecidos que apenas caímos ali para fazer companhia a um amigo (e porque adoramos casamentos).

E assim terminou aquele que eu pensava ser o meu último casamento de 2012. Mas isto fica o próximo post.



(foram vários destes que me valeram a alcunha de "seca adegas")

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Têm a honra de convidar V. Ex.ª para o evento mais gay em que jamais participou

Bem... a ausência foi prolongada, eu sei, mas a verdade é que isto não tem sido calmo. O trabalho tem sido sempre a somar, o que não é mau de todo porque o reconhecimento tem sido proporcional às responsabilidades.

Por outro lado, houve o concerto da Madonna em Coimbra (com direito a estadia na Quinta das Lágrimas), casamento da minha afilhada, o casamento "vanguarda", inúmeros jantares e festas, as férias, o meu aniversário, uns diazinhos no Porto, mais férias... enfim, uma roda-viva daquelas.

Vamos então ao casamento da Afilhada:

Foi simplesmente fantástico. O Convento fez juz à fama que tem: é um espaço encantador, que combina elegância e serenidade de uma forma perfeita. A Afilhada estava arrebatadora e eu fui um piegas logo que entrei na suite pela manhã para lhe dar um beijinho antes do evento... Acho que sou abençoado com amigos fantásticos. A sério que sou. Pessoas corajosas, loucas e inspiradoras que tornam esta vida bem mais fora de série. E esta noiva em especial ocupa um lugarzinho muito próprio: foi uma das primeiras pessoas que conheci no primeiro dia de aulas na Faculdade de Direito... entrámos um na vida do outro e nunca mais saímos.

A cerimónia teve direito a um padre meio doido, e seguiu-se a pausa para aperitivos no claustro antes do repasto. A cumplicidade Noiva/ Padrinho esteve presente na escolha do separador para mesa do Padrinho (a mesa dos noivos só contava com eles e respectivos pais), num momento em que a Noiva se lembra que era uma boa ideia gozar com um pormenor do meu passado que, em tempos, nos deu muito que rir. Naquele dia também. Os restantes convidados é que não perceberam muito bem a ideia... mas também foi melhor assim.

Quanto ao cocktail, a equação foi a seguinte:

Calor alentejano + vinhos alentejanos (em muito bom) + colegas que não via há algum tempo + amigos de sempre + a alegria de ser o Padrinho... o resultado é óbvio, não é?

No entanto, a grande surpresa veio a seguir ao jantar. A música esteve a cargo de um amigo que já tinha sido o DJ da festa dos meus 30 anos e que sabe cativar o pessoal numa pista de dança como poucos. Ora, a malta já havia dedicado um amplo período aos vinhos daquela terra abençoada, pelo que a boa música meteu a rapaziada toda na pista a dançar como se não houvesse amanhã... A surpresa: um dos convidados entrou em modo "agarrem-me-ou-eu-vou-animar-esta-festa-até-patamares-insólitos". E eles foram atingidos. Oh, se foram.

Apenas digo duas coisas: (1) nunca tinha estado num casamento em que TODOS os convidados tivessem que dançar descalços (sem meinha e tudo) e a pularem como se estivessem num concerto dos Xutos e (2) foi o evento mais gay em que já participei, AHAHAHAHAH!

Por fim veio uma noite de merecido repouso naquele Alentejo tão especial, para regressarmos a Lisboa no dia seguinte de coração cheio. Por muito cansados que estivéssemos a verdade é que já deitados continuavamos a recordar a loucura daquela festa. E outra grande verdade é que nunca fui tão apalpado como naquela boda alentejana... Ah, o que o menino gosta de ser o Padrinho.