sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Tigre mais especial do mundo

O que eu ando doido à espera que isto estreie... Mesmo!

Tudo começou no ano passado, quando li o livro e me rendi: entrou diretamente para o meu Top 5. E depois vai de o oferecer a meio mundo (sim, que adoro oferecer livros que me marcaram para depois ter mais pessoas com quem partilhar as emoções que eles causam): os livros são uma coisa tão mágica, não são?

Agora tenho uma amiga que diz que achou o livro um bocado seca e que aquilo é mais um "O velho e o mar", mas com um tigre em vez de um peixe. Eu adoro Hemingway por isso não levo nada a mal a comparação. Mas o Richard Parker não é nenhum peixe: é bem mais especial. E por isso não percam a oportunidade de ler a sua história e do pequeno grande Pi. É inspiradora, vão ver que não se arrependem.

Aliás, aquela gaja achou o livro uma seca mas já nos agrafámos um ao outro para ir ver o filme assim que sair.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Leilão do Padrinho

Breve contextualização da recente ausência:


1 - Escolher pessoas mais velhas para colegas de trabalhos de grupo para o Mestrado porque achamos que são mais responsáveis pode trazer-nos muitas surpresas. E não são obrigatoriamente boas.

2 - A capacidade de os Professores inventarem mais e mais trabalhos para um gajo entregar é como o Universo: até à data ainda não lhe conhecemos o fim.

3 - Chamarem-nos a Espanha para nos dizerem "Se perderes esta ação vais pôr em causa dezenas de postos de trabalho" não é coisa para deixar um gajo muito calmo.

4 - Chatearem-nos a cabeça com uma proposta de trabalho no outro lado do mundo também não ajuda muito à tranquilidade, especialmente acrescida aos pontos 1 a 3.

5 - Somar os 4 pontos anteriores pode deixar a burra nas couves. Felizmente diz que ela sai de lá com muita calma, meditação e carinho. E Bromazepan.

6 - Continuo a odiar Contabilidade.

Passando este breve intróito, passemos ao que interessa: o casamento da minha mais recente afilhada, que foi assim para o BRUTAL. Foi um casamento fora do comum, como não seria de esperar de uma noiva fora de comum.

Sim, que a Noiva chega a casa a barafustar por a cabeleireira se ter atrasado, e que ainda se tem que ir vestir e que o dia não começa e bem e não sei que mais o quê, quando é interpelada pelo fotógrafo que lhe diz: "vá, agora está na hora da noiva se ir pôr bonita para as fotografias", ao que ela responde: "não, agora está na hora de a noiva ir fumar e beber favaios", e é vê-la toda a contente à varanda com um casaco de malha que a cabeleireira lhe emprestou (long story), de véu na cabeça e a fumar, enquanto bebe um copo cheio de favaios.

A partir daí foi sempre a melhorar: sessão de fotos fantástica num palácio que me diz muito, cerimónia linda (ok, o Padrinho da Noiva - a.k.a. eu - conseguiu a proeza de entrar na Igreja 15m depois de a cerimónia ter começado), uma quinta fantástica em Sintra e uma mistura de gente diferente (a malta da política, os artistas, a malta das caravanas de jeeps, ...).

A sala parecia o café do Rick, em "Casablanca" (ou não fosse ela a mulher das caravanas por Marrocos), e começámos logo com fadistas a atuar ao vivo: digamos que ela não se poupou a esforços para ter um dia mágico. Depois foi a loucura do costume...

Ora, a páginas tantas, com a malta já bem bebida, está este que vos escreve a dançar com uns amigos quando é abordado por um amigo do noivo (giro, ele) notoriamente embriagado que enceta o seguinte diálogo:

Ele (enquanto me abraça) - Eu sei que tu és o padrinho da noiva.

Eu (rezar para que ele não me vomite para cima) - Pois, diz que sim.

Ele - Pois...

Eu - Pois...

Ele - E eu sei que tu és gay.

Eu (afasto-o do grupo em que estava e digo mal da minha vida) - Ah... é verdade... também diz que sim. E como é que sabes?

Ele - Contou-me o noivo.

(ah, o que eu adoro quando as pessoas bebem e contam tudo)

Eu (a tentar libertar-me do abraço) - Pois, ok... Olha, agora eu vou voltar a dançar, ok?

Ele (que não me larga) - Eu curto bué gays e até tenho vários amigos gays.

Eu - Olha que bom.

Ele - Vocês são muita fixes porque são mais sensíveis que nós.

Eu - Estás tão enganado. Olha que há para aí uns quantos que te surpreenderiam. Vai por mim: regra geral namoro com eles.

Ele - Está decidido: hoje vamos arranjar-te um namorado. Vou ali ao microfone tratar já disso! (larga-me e atravessa a sala a passos largos empurrando quem estivesse a dançar no seu caminho e só com muito esforço o consegui segurar).

Eu (agora era eu que o abraçava e levava para bem longe do micro) - Tu não podes fazer isso!

Ele - Porquê? (ah, a ausência de bom-senso que o álcool propicia)

Eu - Porque... olha, porque eu tenho namorado!

Ele - Ah, já podias ter dito! ... Olha, és fixe. E se precisares que te arranje um namorado já sabes: falas comigo, que eu gosto de ver pessoas felizes.

E assim se terminou a boda sem o que seria uma nova tradição de sucesso: o Leilão do Padrinho da Noiva.

Quanto ao resto da festa, só posso dizer que foi tão divertida e eles estavam tão felizes! Eu também gosto muito de ver pessoas felizes, é um facto. Ainda que não ande por aí de microfone na mão a tentar espalhar a felicidade.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

My best friends wedding

É amanhã.

Em crianças caminhámos juntos para a Catequese. Mais tarde caminhámos juntos para o Liceu. Ela meteu-me na Política mas falta-me a paixão que ela tem. E eu via-a crescer, orgulhoso. Aconselhou-me e alertou-me para os riscos de algumas escolhas minhas. Foi das primeiras a resgatar-me de um desgosto e arrastou-me com ela por Marrocos dentro de um Jeep, com 2 mochilas e 80 minis.

É uma mulher extraordinária e casa amanhã. Eu sou o Padrinho e não podia estar mais feliz.

A Vida faz tanto sentido.


(e para variar aqui o Padrinho só tratou do traje às 22h da noite da véspera... valha-nos El Corte Inglés)


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Obedeça a tudo, menos ao Amor

Li isto no livro que me acompanha os minutos antes de adormecer (a par d' "O Jogo da Contabilidade", claro... mas isso é tão traumatizante que nem é bom falar), "A confissão da leoa" de Mia Couto.

Pessoalmente acho que é mesmo o contrário: não obedecer a nada excepto ao Amor. E isso explica porque é que, ao contrário do que alguns amigos têm aconselhado, não me sinto capaz de avançar para uma nova relação. Basicamente, o rapaz é fantástico. E está apaixonado... Mais, se eu tivesse que fazer um esboço do que quero numa pessoa, o desenho não andaria muito longe do que ele é (nada mesmo). Mas a verdade é que vá-se lá saber porquê não me sinto capaz de avançar...

E se não me sinto capaz de avançar é porque (só pode) não existe o quoficiente emocional necessário. Porque - e aqui voltamos à Contabilidade, oh céus! - nestas coisas dos sentimentos a coisa é bem mais complexa do que somar vantagens.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ainda bem que é segunda-feira

A semana passada foi, de longe, uma das mais complicadas deste ano... acho que vou precisar do resto do mês para recuperar!

Na segunda dou por mim a ter que tomar uma decisão essencial para o sucesso (ou não) de um litígio de vários milhões de euros. Foram horas e horas e rever papéis e antecipar estratégias e uma noite sem dormir. Uma vez tomada a decisão acho que o saldo ficou em mais 20 cabelos brancos.

Na terça comunicam-me que afinal surgiu um novo litígio semelhante ao de segunda e o cenário do dia anterior repetiu-se. Começo a ponderar seriamente em prestar votos numa qualquer Ordem religiosa que me tranque na sela de um convento. Diz que a Cartuxa, ali para os lados de Évora, é muito agradável.

Na quarta-feira estava às 5h30 no aeroporto para ir até Madrid. O dia começa com os abraços e beijinhos e a matar as saudades todas daqueles 40 grandes malucos que me testam os limites da paciência todo o santo dia. No entanto, logo se seguiu uma sessão de volta de uma nova base de dados (blarrgghhhh) e uma tarde em reuniões intermináveis. De regresso ao aeroporto informam-me que devido a condições metereológicas o vôo está atrasado duas horas, o que me vale um tremendo jeito nas costas enquanto tento dormir num banco tão confortável como um penedo... chego a casa às 23h00.

Na quinta-feira tento recuperar algum do sono perdido (com pouco sucesso) e dar andamento ao trabalho que acumulei com a ida a Espanha.

Na sexta vou a uma reunião: diz que me telefonaram a dizer algo do género "e que tal ser responsável por uma empresa no estrangeiro?" Sim, que a estar numa semana de decisões críticas, nada como ter que decidir ir viver para trás do sol posto.

Sábado e Domingo foram passados a ajudar a família no campo. Muito trabalho braçal e pouco sono.

E pronto... é nestas alturas em que eu penso que a minha propensão para a loucura deve estar em patamares muito baixos. Manter-me são (dentro de algumas condicionantes, claro) com rotinas destas é prova bastante.